terça-feira, 12 de janeiro de 2010

"A vida de um homem na África não vale nada", diz capitão da seleção de Togo após atentato

Atacante afirma que jogadores "foram tratados como animais" durante ataque em Angola. O atacante Emmanuel Adebayor mostrou sua revolta com atentado contra a seleção de Togo, sofrido na última sexta-feira (8), em Angola, antes do início da Copa Africana de Nações.

- A vida de um homem na África não vale nada. É uma vergonha dizer isso, mas é a verdade. Nos trataram como animais. Fomos jogar uma grande competição e tentaram nos assassinar. O que mais posso dizer?

Adebayor, jogador do Manchester City, mesmo time do brasileiro Robinho, contou como foi o ataque em entrevista ao tabloide inglês The Sun.

- Quando chegamos à fronteira com Cabinda, vimos militares armados até os dentes e nos perguntamos o que estava acontecendo. Uns cinco quilômetros depois ouvimos disparos e pensamos que eram crianças brincando... mas logo nos demos conta: os terroristas tinham pistolas, mísseis, metralhadoras, fuzis... eu pensei "chegou meu fim". Passamos a mandar mensagens de despedida para nossos familiares. Um companheiro estava com uma ferida de bala e sangrava muito. Ele não parava de chorar e dizer que queria ver seus filhos.

O capitão de Togo disse que o ataque durou pouco mais de meia hora.

- Vimos que o ônibus não andava porque o motorista estava morto. Então entrou um militar. Achei que era um rebelde e que iria fuzilar todo mundo, mas era um segurança. Ele nos fez sair do veículo de três em três. Ele me deixou para o fim e me disse para colocar três camisas na cabeça. Eu era um dos objetivos? Não sei.

Após o atentado, Adebayor disse que os jogadores concordaram em jogar a Copa Africana para "honrar" os mortos. Porém, foram impedidos pelo governo de Togo.

- No sábado [9], nos reunimos e dissemos que queríamos jogar para honrar a memória dos companheiros mortos. Mas o presidente [de Togo] disse que não era seguro jogar.
(www.r7.com.br)

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